Luz no fim do túnel

"Diferente de outra irmandade pra onde fui de livre e espontânea vontade, o DA foi o convite de uma companheira que percebeu que eu incluia problemas de dinheiro nos meus depoimentos. Assim como a demora em tomar consciência, minha primeira reação foi de negação. Para quem ouve falar do DA pela primeira vez, acha que se trata de pessoas que não conseguem parar de comprar, e eu não me considerava uma dessas pessoas. Mas DA trata-se sobretudo de pessoas que não têm uma relação saudável com dinheiro, e eu era uma dessas pessoas.

Algumas doenças são mais sutis e difíceis de reconhecer. Ainda estou aprendendo a agir como uma DA em recuperação, mas aos poucos já sinto algumas diferenças. Aprender a contar com a ajuda da sala e do Poder Superior, já me trouxe sinais positivos. Descobri que não sou uma gastadora compulsiva porque me obrigo a viver com pouco dinheiro, mas se em algum momento a receita aumenta, meus gastos se descontrolam também. É como se eu não me achasse merecedora de ter fartura, ou mesmo um patrimônio para chamar de meu. Talvez pelo medo de não saber administrar essas coisas, faz com que eu me auto-sabote. O primeiro passo é se assumir impotente diante da doença, e eu sei que ela é muito sutil e ardilosa. O caminho é longo e eu estou só começando. Entretanto, desta vez, há luz no fim do túnel."

Anônimo - Abril/2014