História da Patrícia

Nunca imaginei que um padrão de comportamento em relação ao dinheiro pudesse ser classificado como uma doença.

Me julgava fraca, pecadora, irresponsável, enfim, uma pessoa ruim.

Desde cedo aprendi a esbanjar dinheiro com o exemplo do meu pai, que durante muito tempo conseguiu sustentar a falsa sensação de status social as custas da seguranca financeira da nossa família: carros importados, restaurantes caros, roupas de grife, viagens... Até o momento em que a casa caiu literalmente e nos vimos sem ter onde morar, sem carro, com muitas dívidas e a familia separada.

Diante desses fatos, fui a luta e consegui me estabelecer profissionalmente, ganhava um bom salário e bonificações. Mas o padrão de gastos ja estava arraigado e buscava aquele status de vida perdido anos atrás.

A necessidade de estar inserida num circulo social, as comparações, sentimento de inferioridade, me levaram a estabelecer gastos não compatíveis com a minha realidade.

Este é o ponto fundamental da minha doenca: Negar a minha realidade.

E nesta fantasia, cheguei ao meu fundo de poço: aos 41 anos, desempregada, com uma série de dívidas e sem nenhuma perspectiva.

Seria desesperador se eu não houvesse encontrado o apoio e o conforto de outras pessoas na mesma situação, que se reunem em torno de um propósito comum: reestabelecer a solvência e encontrar a esperança de uma nova perspectiva de vida.

Desde que comecei a frequentar o grupo, o sentimento de angústia que me acompanhava o tempo todo melhorou e está se transformando em energia positiva para retomar as rédeas da minha vida.

Na prática, tenho conseguido aos poucos controlar meus gastos, ponderar antes de agir impulsivamente e cometer alguma loucura relacionada a dinheiro e anotar diariamente meus gastos.

Agradeço imensamente aos companheiros e sugiro que os que se encontram numa situação dificil, não se desesperem e procurem ajuda.

Fazemos juntos aquilo que sozinhos nao conseguimos!!

Patricia DA em recuperação