Nunca imaginei que um padrão de comportamento em relação ao dinheiro pudesse ser classificado como uma doença.
Me julgava fraca, pecadora, irresponsável, enfim, uma pessoa ruim.
Desde cedo aprendi a esbanjar dinheiro com o exemplo do meu pai, que durante muito tempo conseguiu sustentar a falsa sensação de status social as custas da seguranca financeira da nossa família: carros importados, restaurantes caros, roupas de grife, viagens... Até o momento em que a casa caiu literalmente e nos vimos sem ter onde morar, sem carro, com muitas dívidas e a familia separada.
Diante desses fatos, fui a luta e consegui me estabelecer profissionalmente, ganhava um bom salário e bonificações. Mas o padrão de gastos ja estava arraigado e buscava aquele status de vida perdido anos atrás.
A necessidade de estar inserida num circulo social, as comparações, sentimento de inferioridade, me levaram a estabelecer gastos não compatíveis com a minha realidade.
Este é o ponto fundamental da minha doenca: Negar a minha realidade.
E nesta fantasia, cheguei ao meu fundo de poço: aos 41 anos, desempregada, com uma série de dívidas e sem nenhuma perspectiva.
Seria desesperador se eu não houvesse encontrado o apoio e o conforto de outras pessoas na mesma situação, que se reunem em torno de um propósito comum: reestabelecer a solvência e encontrar a esperança de uma nova perspectiva de vida.
Desde que comecei a frequentar o grupo, o sentimento de angústia que me acompanhava o tempo todo melhorou e está se transformando em energia positiva para retomar as rédeas da minha vida.
Na prática, tenho conseguido aos poucos controlar meus gastos, ponderar antes de agir impulsivamente e cometer alguma loucura relacionada a dinheiro e anotar diariamente meus gastos.
Agradeço imensamente aos companheiros e sugiro que os que se encontram numa situação dificil, não se desesperem e procurem ajuda.
Fazemos juntos aquilo que sozinhos nao conseguimos!!
Patricia DA em recuperação